Quem é meu concorrente?

Quem é meu concorrente?

Quem trabalha com atendimento sabe que essa é uma pergunta recorrente, em reuniões de briefing. E por mais improvável que parece, a resposta que mais se ouve, é: “Eu não tenho concorrentes” – o que vem sempre acompanhado de um peito estufado e cheio de orgulho. Neste momento, por mais embaraçoso que seja, precisamos desapontar o cliente e dizer que, infelizmente ele está errado: com 99% de certeza, ele tem concorrentes, mas não os (re)conhece…

E por que isso acontece com tanta frequência? Porque a grande maioria dos empresários tem a tendência de achar se ele é grande, ele não concorre com ninguém. Se tem um serviço de qualidade, vende muito, etc. e pensa que é o melhor, ninguém o desbanca… Mas isso é um erro! Ser grande não significa ser o maior, muito menos ser o único. Ter qualidade não significa que todos os seus clientes potenciais saibam disso, e optem por você… E aliás, em quais dados mesmo você se baseou, para chegar a esses conclusões? 😬

A verdade é que, em geral, essa afirmação se restringe a uma auto-percepção do cliente sobre o seu próprio negócio e desempenho, e não a percepção do consumidor. E isso pode fazer toda a diferença: Entender essas nuances pode essencial para quem quer crescer no mercado e chegar ao topo um dia. Por isso, se você não conhece a visão do usuário, investigue. Quando se fala em estratégia, é a opinião do consumidor deste que deve prevalecer…

Mas voltando aos concorrentes, vamos entender: Concorrente é qualquer negócio ou profissional, que atue no mesmo segmento que você E ATRAIA O MESMO PÚBLICO que você gostaria de atrair. Ou seja, não importa o quão maravilhoso você é, se, com algum frequência, seu cliente potencial deixa o dinheiro dele em outro estabelecimento. Se isso acontece, esteja certo que esse cara (que recebeu) é seu concorrente.

Ele pode estar em outra cidade? Pode. Se as pessoas vão até lá para comprar, com certeza. Inclusive, com a Globalização, seu concorrente pode estar até do outro lado do mundo… Em contrapartida, se você tem um boteco “pé-sujo”, ao lado de um restaurante de luxo (exagerando no exemplo), ainda que vocês dois atuam no mesmo segmento, ele não será seu concorrente. Ele pode até servir como referência – caso você queira chegar lá um dia – mas não concorrerá com você.

(Aliás… também acontece com frequência de o cliente achar que todas as empresas referências no meio são concorrentes dele… Outro equívoco! Mas deixaremos esse tópico para outro post…)

Então, para concluir, os pontos mais importantes para saber quem é seu concorrente, não são segmento (exclusivamente) e localização; mas sim, PREÇO e DIFERENCIAL.

Preço porquê quem compra barato o faz porque não pode comprar caro; e quem compra caro, não quer ser rebaixado. Ou seja, esses públicos já estão naturalmente separados. Já o diferencial, porque ele pode fazer com que duas pessoas no mesmo ramo e com o mesmo preço, não sejam concorrentes. Basta você ou ele ter um jeito totalmente único de entregar o produto, a ponto de manter o cliente fiel… Ficou claro?

Esperamos que esse post tenha ajudado a desmistificar o tema ‘concorrência’. Mas se ainda não ficou totalmente claro para você, não desanima. Leia de novo. Esse assunto é profundo e exige que aprimoremos gradualmente nossa compreensão e capacidade de análise.